O DIÁCONO PERMANENTE NA IGREJA CATÓLICA


"Com o sacramento da ordem por instituição divina, alguns dentre os fiéis, mediante o caráter indelével com o qual são marcados, são constituídos ministros sagrados; isto é, aqueles que são consagrados e destinados a servir, cada um no seu grau, com novo e peculiar título, o povo de Deus.


" (...)"Aqueles que são admitidos na ordem do episcopado ou do presbiterato recebem a missão e a faculdade de agir na pessoa de Cristo Cabeça; os diáconos, ao invés, estão habilitados a servir o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade".


Código de Direito Canônico, Artigos 1 e 2, Can. 1008 e 1009.


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domingo, 31 de outubro de 2021

COMUNIDADE ROSA GATTORNO ENCERRA MÊS MISSIONÁRIO

O mês missionário foi encerrado com uma ação social voltada para a Comunidade Beata Rosa Gattorno que tem como responsável o Diácono Léo; a referida comunidade faz parte  da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que tem a frente o Pároco Pe. José Silvio de Brito.


📷Fotos enviadas para divulgação

No dia do encerramento do mês missionário, a Comunidade da Beata Ana Rosa Gattorno no Rio Potengi no Bairro das Quintas, realizou uma ação Social para atendimento as famílias do Rio Potengi, oferecendo atendimentos jurídicos, psicológico, fisioterapeutico, cabeleireiros, recreação de crianças e etc. Ação Social foi realizada na Igreja da Beata Ana Rosa Gattorno no horário das 08 às 12:30 horas. O Grupo TAMOJUNTO, que tem Bruno Gomes a frente dos trabalhos, também participou da atividade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

OS TOQUES DOS SINOS, ARTIGO DESTA SEMANA DO Pe. JOÃO MEDEIROS FILHO








Padre João Medeiros Filho
Arquidiocese de Natal




Os toques dos sinos




O antigo Código de Direito Canônico (cânon 1169, § 1) recomendava: “É conveniente que haja em cada igreja um ou mais sinos para convocar os fiéis aos ofícios divinos.” O escritor Oswaldo Lamartine, em sua erudição e sabedoria, afirmava: “Os sinos de nossos templos são a voz da alma.” Solicitou-me que publicasse algo a esse respeito. Continuo recolhendo dados, mas faltam-me ainda elementos suficientes para homenagear, mesmo postumamente, o inesquecível amigo. Dom Nivaldo Monte partilhava o mesmo desejo. É conhecido o seu interesse pelo resgate dos carrilhões de Extremoz. Os campanários têm uma linguagem rica de significados e representavam um importante meio de comunicação para os nossos antepassados.


Dom Adauto de Miranda Henriques, primeiro bispo da diocese da Paraíba (da qual fazia parte o RN), escreveu no Livro de Tombo de uma paróquia potiguar: “Uma igreja (especialmente matriz) deve ter duas torres e no mínimo dois carrilhões.” Estes existem em tamanhos pequeno, médio e grande com tons graves e agudos. A liturgia dá um destaque especial à cerimônia da bênção dos sinos (batismo na linguagem popular), dotando-os de padrinhos e madrinhas. Outrora, além de chamar os fiéis para as cerimônias religiosas, transmitiam anúncios sociais, calamitosos e fúnebres. Bem difundido era “o toque do parto” com nove pancadas, anunciando um nascimento e pedindo orações para a parturiente. Possuíam também a função de indicar o horário. Posteriormente, muitos relógios foram instalados nas torres dos templos, marcando as horas com o som das campanas. Desde jovem, sentia-me atraído pela “cultura dos sinos.” Recordo-me de antigos sacristães que conheciam bem a simbologia dos toques: Zé do Padre, Praxedes Gurgel e Ciríaco Ferreira (Caicó), Zé do Ouro (Campo Grande), Chico Justino e Abdias Batista (Jucurutu), Abílio Córdula (Florânia, Cruzeta e Acari) e Raimundo Sacristão (Mossoró). Guardavam informações preciosas, hoje desconhecidas ou desprezadas.


Distinguem-se repiques e toques. Estes são simples ou duplos (dobres), dependendo do carrilhão, se é fixo ou giratório. Os repiques consistem em badaladas rápidas com os sinos parados, usados em momentos festivos, elevação na missa, procissões, bênção do Santíssimo Sacramento etc. Havia normas, transmitidas oralmente pelos nossos vigários a seus dedicados sineiros-sacristães. Eles passavam por um treinamento sobre as suas lides, indo do aprendizado do latim litúrgico ao manuseio dos campanários. O toque para as cerimônias religiosas é denominado “chamada”. Obedece a um simbolismo, que desaparece paulatinamente. O anúncio para a missa era feito por três “chamadas”: sessenta, trinta e quinze minutos antes da celebração. Constavam de doze toques, em homenagem aos apóstolos de Cristo. Terminadas essas badaladas e, após curto intervalo, seguiam-se outras pancadas significativas: dez indicavam que o celebrante seria o bispo diocesano; sete um sacerdote visitante; cinco o pároco e três o cooperador (vigário paroquial). Havia um motivo: alguns paroquianos tinham rusgas com os seus presbíteros, por conta de querelas políticas ou conflitos de terra. Tal peculiaridade (nas “chamadas”) era importante para evitar encontros indesejados.


O toque para as demais cerimônias regia-se pelas regras estipuladas para as celebrações eucarísticas. Entretanto, nas ocasiões fúnebres havia um ritual específico. Quando se tratava do óbito de um homem, procedia-se a três dobres no sino grande (grave) e dois no menor (agudo). Nos funerais de uma mulher, dois no bronze maior e três no pequeno. Existindo um único sino na igreja ou capela, eram dadas, após alguns segundos de intervalo, três badaladas simples para os falecidos masculinos e duas para os femininos. A tradição dispunha de dobres especiais para os eclesiásticos. Na morte do papa, aconteciam doze, de hora em hora; no óbito de um bispo, dez, a cada três horas e no falecimento dos sacerdotes sete, de quatro em quatro horas. No funeral das crianças, tocava-se o repique. Seu som ininterrupto lembra o cortejo celestial, recebendo na glória eterna mais um “anjinho”. Nas missas de sétimo e trigésimo dia (“visita de cova”), observava-se o mesmo ritual. Na hora do Angelus, os sinos deveriam tocar sete vezes, aclamando Maria Santíssima e lembrando as Dores de Nossa Senhora. Em calamidades, como enchentes, incêndio, desabamento, invasões etc. os sacristães deveriam tocar desordenadamente. A importância dos sinos remonta ao Antigo Testamento, pois lemos nos Salmos: “Louvai ao Senhor com címbalos sonoros e sinos jubilosos.” (Sl 150, 5).

terça-feira, 26 de outubro de 2021

A terra que sofre é o grito dos pobres e será o grito de todos

O climatologista Professor Ramanathan diz que o grito da terra e o grito dos pobres tornou-se agora o grito de todos, pois o aquecimento global desencadeou a "destruição do sistema climático mundial"


Ir. Bernadette Mary Reis, fsp

Líderes de todo o mundo estão reunidos em Glasgow para a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que será realizada de 31 de outubro a 12 de novembro. O objetivo é acelerar a ação em direção aos objetivos do Acordo de Paris e da própria Convenção. Na véspera do encontro, o Vatican News falou com o Professor Veerabhadran Ramanathan, que em 2015 foi consultor científico da delegação do Vaticano na COP21 em Paris. A previsão do climatologista é que o "clima anormal" que estamos vivendo hoje será ampliado em 50% se não agirmos rapidamente.


Entrevista coletiva com a delegação vaticana na COP21, Paris
O grito da mãe natureza

Definido em várias ocasiões como "o especialista em clima do Papa", Ramanathan escreveu seus primeiros comentários sobre as mudanças climáticas em 1975, quando tinha 31 anos de idade. Naquela época, diz ele, "ainda não se falava em termos humanos. Falava-se das geleiras que derretiam, da elevação do nível do mar... Porque, de fato, esta mudança entre o aquecimento e os extremos climáticos só começou a se manifestar tão claramente nos últimos dez anos.


O prof. Ramanathan (segundo à direita) com a delegação vaticana na COP21, Paris

A "Mãe Natureza", diz o professor Ramanathan, "está tentando nos dizer de todas as maneiras que a estamos machucando". E isso me faz lembrar das palavras do Papa Francisco na "Laudato si", quando fala do grito da terra. Temos que ouvi-lo. E ele também nos diz que temos que ouvi-lo junto com o grito dos pobres".


O prof. Ramanathan em um encontro organizado pela Pontifícia Academia das Ciências
O grito da terra


De que maneira a terra grita? Primeiro, é o aumento da temperatura. O professor Ramanathan lembra que ele e seus colegas prepararam uma publicação em 2018 na qual ele prevê que até o ano 2030 a temperatura terá subido 1,5 graus. "E ainda faltam nove anos para isso. Passar de 1 para 1,5 corresponde a um aumento de 50%. Imaginemos tudo o que está acontecendo hoje ampliado em 50%".

O aumento da temperatura acaba por mudar os modelos climáticos, porque os dois estão estreitamente relacionados um com o outro. O cientista adverte que estamos apenas no início dos efeitos do "aquecimento global, que nos últimos 10 a 15 anos se transformou na desfiguração global dos sistemas climáticos em todo o mundo". Em todas as partes da terra, as pessoas estão experimentando um clima que é pelo menos bizarro", continua o professor. "O que normalmente acontece a cada mil anos, a cada quinhentos anos, agora acontece duas vezes em dez anos". O modelo geral é que regiões áridas se tornam mais áridas enquanto regiões úmidas tornam-se mais úmidas. Mais umidade seria bom se as chuvas fossem “normais”. Ao contrário mais umidade é catastrófico se for com chuvas torrenciais como vimos na Alemanha - aquela chuva que arrasta tudo, inclusive as pessoas".


O Papa Francisco e o prof. Ramanathan
O grito dos pobres


O professor Ramanathan admira o Papa Francisco por ter ligado o grito da terra ao grito dos pobres. Há perspectivas concretas e tangíveis, afirma, de que aquelas "três bilhões de pessoas na face da terra que ainda não descobriram os combustíveis fósseis" sejam atingidas pela mudança da temperatura e do clima. "Eu falei com o Papa Francisco sobre isto", continua o professor. "Eles continuam a queimar lenha e esterco de gado e resíduos orgânicos para atender suas necessidades básicas, como cozinhar e aquecer suas casas". No entanto, são eles que pagarão as piores consequências de nosso idílio com combustíveis fósseis: a maioria desses três bilhões de pessoas são agricultores. A maioria desses três bilhões de pessoas são agricultores. Mas não estamos falando de agricultores ocidentais, que têm milhares, milhões de hectares: cada um deles tem meio hectare, talvez um...".

Para os "agricultores de subsistência" na Índia, isto significa que "as chuvas de monções chegam - mas as chuvas caem torrenciais, ou seja: quando chove, chove torrencialmente. E você pode perguntar: "Qual é o problema? O problema é que quando a chuva é torrencial, a água vai diretamente para o oceano: ela escorre sobre a terra, levando junto todos os nutrientes que estão no solo".
O grito de todos

Agora não é mais apenas a Mãe Natureza, a Terra e os pobres que estão gritando: todos sofrem os efeitos do aquecimento global - os pobres, a classe média e os ricos, todos da mesma forma. As enchentes e os incêndios não fazem distinção entre pessoas e árvores. Um dos temores do professor Ramanathan "é que a mudança climática entre em nossas casas da mesma forma que a Covid, não poupando ninguém".

"Penso particularmente nas pessoas na faixa dos 30 a 50 anos que ainda vivem de salário em salário e que querem mandar seus filhos à escola: se tiverem suas casas destruídas por algum incêndio ... e pensemos que daqui a cinco, dez anos as companhias de seguro terão falido, não terão mais condições de fazer seguro de sua casa. Quando digo que a mudança climática vai entrar em nossas casas penso no fato de que há muitas pessoas que não têm mais casa por causa de incêndios ou enchentes".


O esquema de J. Cole, A J Hsu e V. Ramanathan
Transformar aquele grito


Porém, podemos fazer escolhas, raciocina o Professor Ramanathan: podemos escolher ser como o sapo da fábula, que nada faz enquanto a temperatura da água na qual está imerso sobe, até morrer. "Felizmente, somos muito mais inteligentes do que ele: sabemos como reagir. Se estivermos preparados, podemos evitar a maioria dos desastres”.

O cientista não acredita mais que seja possível mudar a situação mudando o estilo de vida: "Lamento dizer que é tarde demais. Precisamos de um projeto sério para construir a resiliência. Em termos concretos, isto significa incentivar os agricultores a adaptarem suas culturas aos novos modelos climáticos. "Antes de mais nada, depende de onde você se encontra neste ambiente climático: você está na parte árida que fica cada vez mais árida, ou na parte úmida que fica cada vez mais úmida? Se você estiver na parte úmida que está ficando cada vez mais úmida, terá que repor o solo porque a água arrasta todo o solo. Assim, se tomarmos como exemplo a Califórnia, uma área em uma zona seca, podemos dizer que não é mais sustentável cultivar amêndoas: "Não vejo nenhuma forma de sobrevivência desta cultura. Ao contrário, se eles converterem suas cultivações em produtos que requerem menos água, então podem sobreviver.

O professor continua: "Se observarmos os sinais da mudança climática de hoje, e não os de 15-20 anos atrás, os modelos podem ser modificados". Isto requer "uma gestão global da água para produzir alimentos". Eu não diferenciaria entre água e alimento: na verdade, água e alimento são como oxigênio para os seres vivos". Além disso, devemos pensar também nas necessidades dos pequenos agricultores "não apenas em termos de eficiência, rendimento e alimentação do mundo, mas também em termos do bem-estar desses três bilhões de seres humanos que estamos prejudicando com as mudanças climáticas que nós desencadeamos".


O prof. Ramanathan com São João Paulo II
Qual voz será ouvida?


O segundo objetivo é "baixar a curva das emissões", mas - como diz o professor Ramanathan - esta abordagem da mudança climática é altamente politizada. A menos que seja separado do âmbito político ao qual está preso, só continuará a separar pessoas e a criar divisões.

"Os únicos fóruns não políticos, em minha opinião, são igrejas, templos, sinagogas, mesquitas". Tudo o que é dito às pessoas tem um aspecto político. Infelizmente, até mesmo a mídia está polarizada de ambos os lados. As pessoas precisam ser educadas rapidamente e as organizações e líderes religiosos podem preencher o vazio: o Papa Francisco deu o primeiro passo com Laudato si'. Na Pontifícia Academia das Ciências foram feitos muitos encontros onde a ciência, a fé e a política se aliaram. E vocês católicos têm diretamente o pulsar dos pobres: se vocês conseguirem convencer até mesmo 10% dos 50% restantes, já estaremos um grande passo à frente: então poderemos escolher líderes apropriados que tomarão as iniciativas certas". “Aposto tudo na fé”.

Biografia. Veerabhadran Ramanathan nasceu em Chennai na Índia e concluiu seus estudos secundários e universitários ainda na Índia, depois se mudou para os Estados Unidos, onde obteve o doutorado na Universidade Estadual de Nova Iorque. Atualmente é titular da Cátedra em “Sustentabilidade Climática” intitulada a Edward A. Friedman na Universidade da Califórnia San Diego. Em outubro de 2004, São João Paulo II o nomeou acadêmico da Pontifícia Academia de Ciências.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

LIVE DE FORMAÇÃO PARA O SÍNODO

A Arquidiocese de Natal lhe convida para participar de uma live, nesta segunda-feira, dia 25, às 19h30, com o tema: “Por uma Igreja Sinodal”. A atividade será assessorada pelo Padre Paulo Henrique da Silva, coordenador da Comissão para a fase diocesana do Sínodo, e pelo Diácono Eduardo Wanderley, também membro da Comissão. O objetivo é preparar as pessoas o Sínodo dos Bispos 2023, convocado pelo Papa Francisco. A live será transmitida pelo canal da Arquidiocese de Natal, no Youtube. Divulgue! Participe!


Fonte - Setor de Comunicação da Arquidiocese de Natal

domingo, 24 de outubro de 2021

FRANCISCO: CONSTRUIR UM MUNDO MAIS JUSTO NÃO É POLÍTICA, MAS "DAR CORPO À FÉ"

O Papa encontrou-se com os membros da Fundação Centesimus Annus Pro Pontifice e com os participantes da Conferência internacional "Solidariedade, cooperação e responsabilidade, os antídotos para combater as injustiças, desigualdades e exclusões", realizada no Vaticano nos dias 21 a 22 de outubro, e reitera que ser "irmãos de todos" não é "uma utopia inatingível", mas "um sonho possível, o mesmo de Deus"

📷Divulgação Vatican News

Por Alessandro Di Bussolo

A construção de um mundo "mais solidário, justo e equitativo" não é uma "questão política", mas "é dar corpo à fé" em Deus "amante do homem" e da vida. Podemos ser verdadeiramente “todos irmãos”: se pode parecer “uma utopia inatingível”, preferimos “acreditar que é um sonho possível”, porque é “o mesmo de Deus”.

Este é o cerne da forte mensagem que o Papa Francisco deixa aos participantes da Conferência internacional sobre "Solidariedade, cooperação e responsabilidade, os antídotos para combater as injustiças, desigualdades e exclusões", organizada no Vaticano pela Fundação Centesimus Annus Pro Pontifice nos dias 21 e 22 de outubro, e cujos participantes foram recebidos na manhã deste sábado, 23, na Sala Clementina do Palácio Apostólico.

A injustiça de um sistema econômico que descarta vidas

Os temas da conferência “são grandes e essenciais”, sublinha Francisco após agradecer à presidente da Fundação, Anna Maria Tarantola, por suas palavras de saudação “sempre claras”. E aos membros da Fundação, junto com os cientistas, economistas, ministros, cardeais e bispos que participaram dos dois dias de trabalho, reafirma que são reflexões importantes ...

Numa época em que as incertezas e precariedades que marcam a existência de tantas pessoas e comunidades são agravadas por um sistema econômico que continua a descartar vidas em nome do deus dinheiro, incutindo comportamentos vorazes em relação aos recursos da Terra e alimentando muitas formas de iniquidade.

Estudar uma nova economia "equitativa e benéfica"

Injustiça e a exploração diante das quais “não podemos ficar indiferentes”, esclarece o Pontífice, mas a resposta não pode ser apenas denúncia, “é antes de tudo a promoção ativa do bem”, portanto, “denunciar o mal, mas promover o bem”.

Neste sentido, expressa o seu apreço pela atividade da Fundação, especialmente no campo da educação e da formação, bem como “o compromisso de financiar estudos e pesquisas para os jovens sobre novos modelos de desenvolvimento econômico e social, inspirados na Doutrina Social da Igreja”. Isso é algo importante, comenta:

No terreno poluído pelo predomínio das finanças, temos necessidade de muitas pequenas sementes que façam brotar uma economia equitativa e benéfica, à medida do homem e digna do homem. Temos necessidade de possibilidades que se tornem realidades, de realidades que deem esperança. Isso significa colocar em prática a Doutrina Social da Igreja.

O predomínio "inutilizável" e "líquido" das finanças

Sobre o “predomínio das finanças”, que aparece como “algo de inutilizável”, “de líquido, gasoso”, e que acaba “como a corrente de Santo Antônio”, o Papa conta, deixando de lado o discurso preparado, sobre um encontro de quatro anos atrás - “uma experiência que talvez possa servir a vocês” - com uma “grande” economista, que também trabalhava para um governo:

E ela me disse que tentou criar um diálogo entre economia, humanismo e fé, e religião, e que deu certo, e que deu certo e continua indo bem, em um grupo de reflexão. Tentou o mesmo - me disse - com as finanças, o humanismo e a religião, e não puderam nem mesmo começar. Interessante. Isso me faz pensar.

Solidariedade, cooperação e responsabilidade: é doutrina social

As três palavras escolhidas como título para a Conferência, solidariedade, cooperação e responsabilidade, representam, reitera o Papa Francisco, “três pedras angulares da Doutrina Social da Igreja”, que vê a pessoa humana “naturalmente aberta às relações”, como “o vértice da criação e o centro da ordem social, econômica e política”.

Com este olhar, atento ao ser humano e sensível às dinâmicas da história, “contribui para uma visão de mundo que se opõe àquela individualista”, porque se alicerça “na interligação entre as pessoas e tem como fim o bem comum”. Mas também se opõe, esclarece o Papa, “à visão coletivista, que hoje ressurge em uma nova versão, escondida nos projetos de homologação tecnocrática”:

Mas não se trata de uma “questão política”: a Doutrina Social está ancorada na Palavra de Deus, para orientar processos de promoção humana a partir da fé no Deus feito homem. Por isso deve ser seguida, amada e desenvolvida: apaixonemo-nos novamente pela Doutrina Social, tornemo-la conhecida: é um tesouro da tradição eclesial!

É precisamente estudando a Doutrina Social, continua Francisco dirigindo-se aos presentes, "que também vocês se sentiram chamados a se comprometer contra as desigualdades, que ferem em particular os mais frágeis, e a trabalhar por uma fraternidade real e eficaz".

Zelar pelo respeito da pessoa humana

As três palavras da Conferência, "solidariedade, cooperação, responsabilidade", recordam, para o Pontífice, "o mesmo mistério trinitário de Deus, que a partir da "comunhão de Pessoas" nos convida "à abertura generosa aos outros (solidariedade), por meio da colaboração com os outros (cooperação), por meio do compromisso com os outros (responsabilidade)”. E a fazer isso “em todas as expressões da vida social, por meio das relações, do trabalho, do empenho civil, da relação com a criação, a política”:

Em todos os âmbitos, hoje somos mais do que nunca obrigados a testemunhar a atenção pelos outros, a sair de nós mesmos, a comprometer-nos gratuitamente com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equitativa, onde não prevaleçam o egoísmo e os interesses de parte. E, ao mesmo tempo, somos chamados a zelar pelo respeito da pessoa humana, pela sua liberdade, pela proteção da sua inviolável dignidade.

Como irmãos de todos, colaborar com todos para o bem comum

Esta, para o Papa Francisco, é “a missão de pôr em prática a Doutrina Social da Igreja”. Mas, ao fazê-lo, recorda, “muitas vezes se vai contra a corrente”, mesmo que “não estejamos sozinhos”. Deus se fez próximo de nós ”. Não em palavras, mas encarnando-se em Jesus. Com Ele, nosso irmão, “reconhecemos em cada homem um irmão, em cada mulher uma irmã”. Por isso, “animados por esta comunhão universal”, como crentes, “podemos colaborar sem medo com cada um para o bem de todos: sem fechamentos, sem visões excludentes, sem preconceitos”:

Como cristãos, somos chamados a um amor sem fronteiras e sem limites, sinal e testemunho de que é possível superar os muros do egoísmo e dos interesses pessoais e nacionais; superar o poder do dinheiro que muitas vezes decide as causas dos povos; superar as cercas das ideologias, que dividem e amplificam o ódio; superar cada barreira histórica e cultural e, sobretudo, superar a indiferença: aquela cultura da indiferença que, infelizmente, é quotidiana. Todos podemos ser irmãos e, portanto, podemos e devemos pensar e trabalhar como irmãos de todos.

Não uma utopia inatingível, mas um sonho possível: o de Deus

A da fraternidade universal, “pode parecer uma utopia inatingível”, admite o Papa, que porém nos convida a acreditar “que é um sonho possível, porque é o mesmo sonho do Deus trino”. Com a sua ajuda, este sonho "pode ​​começar a tornar-se realidade também neste mundo". Uma grande tarefa, a de "construir um mundo mais unido, justo e equitativo".

Para um crente, não é algo de prático desvinculado da doutrina, mas é dar corpo à fé, para o louvor de Deus, amante do homem, amante da vida. Sim, queridos irmãos e irmãs, o bem que vocês fazem a cada homem na terra alegra o coração de Deus no céu.

GRUPO DE REFLEXÃO SOBRE COMUNICAÇÃO (GRECOM) DISCUTE RELAÇÃO ENTRE A IGREJA E A COMUNICAÇÃO DIGITAL

📷Divulgação CNBB


O grupo de reflexão sobre comunicação, o Grecom, pertencente à Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esteve reunido na tarde desta sexta-feira, 22 de outubro, de modo online, a fim de refletir a comunicação e seus processos a partir da perspectiva cristã.

Num primeiro momento, os membros do grupo refletiram sobre o artigo de autoria da Aline Amaro, cujo título é “Igreja e comunicação digital: das redes de comunicação às redes de comunhão”. O relato do texto foi feito por Marcus Tullius, membro do Grupo e coordenador nacional da Pastoral da Comunicação da CNBB.

A proposta do texto, segundo a própria autora, é a de pensar a relação entre Igreja e comunicação digital e questionar a relação da Igreja com o mundo de hoje.

No artigo, Aline Amaro cita, dentre outras coisas, que a cultura digital traz novos desafios para a autoridade e ensinamento oficial da Igreja. “Antes para chegar a mensagem do Papa até o fiel leigo, era necessário ser comunicada ao bispo, depois ao pároco e por fim chegava a base da comunidade. Com a comunicação em rede, temos acesso direto e em tempo real aos pronunciamentos e ações do Sumo Pontífice onde quer que ele esteja”, diz um trecho do artigo.

A autora menciona, ainda, que a sede de conexão demonstra o desejo por comunhão inerente ao ser humano. “Passar da experiência da rede de conexão para a rede de comunhão depende da abertura e solicitude humana, mas sobretudo é dom gratuito de Deus que age misteriosamente na sua Igreja”, diz.

Aline defende que, ao buscar a integralidade entre os espaços que o ser humano habita, a Igreja dá passos para se tornar on-life: uma eclesiologia que integre a vivência da fé física e digital em uma única e mesma realidade de comunhão com Deus e com toda a família humana.

Sendo assim, a autora conclui que ao pensar a relação entre Igreja e comunicação digital não é “apenas preocupar-se com sua presença, atualização e ação nas novas mídias, é sobretudo reavaliar seu papel, contribuição e integração na sociedade contemporânea”.

Outros pontos da pauta

Na pauta, também estiveram presentes propostas e atividades do Grupo para 2022. Uma delas é a de que os participantes irão pensar numa estruturação e viabilização dos estudos e atividades do Grecom, no site da CNBB.

Reuniões trimestrais, sempre às sextas, foram definidas para serem realizadas em 2022. Além disso, o Grupo pretende gravar podcasts periódicos com temas pertinentes de comunicação.

Uma proposta de revisão e reforma do Diretório de Comunicação também está prevista para ser apresentada no ano que vem pelo Grupo.

O Grecom

São integrantes do Grecom os pesquisadores Andréia Gripp, Joana Puntel, Moisés Sbardelotto, Aline Amaro, Mozahir Salomão Bruck, Ricardo Alvarenga, além do coordenador nacional da Pascom, Marcus Tullius, os assessores da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Manuela Castro e Tiago Sibula, e o presidente da Comissão para a Comunicação, dom Joaquim Mol.

ANIVERSARIANTE

Celebremos hoje o aniversário natalício do nosso irmão Diácono, Francisco Nelson Gomes, ele que faz parte da Paróquia de São Bento Abade em Serra de São Bento e Monte das Gameleiras/RN.




sábado, 23 de outubro de 2021

Padre Julio Lancellotti receberá mais alta honraria da Alesp

Proposta aprovada pela mesa diretora foi feita pelo deputado Luiz Fernando Teixeira (PT-SP)


📷Rede Brasil Atual

O padre Julio Lancellotti receberá a mais alta honraria da Alesp (Assembleia Legislativa de SP) no dia 4 de novembro. A proposta aprovada pela mesa diretora foi feita pelo deputado Luiz Fernando Teixeira (PT-SP), após sugestão de Ariel de Castro Alves, do grupo Tortura Nunca Mais.

RETIRO DIACONAL 2021

📷Dc. Francisco Granjeiro

Entre os dias 22, 23 e 24 de outubro está acontecendo em Lagoa Seca/PB, mas precisamente no Convento Santo Antônio na comunidade Ipuarana, o retiro anual dos diáconos permanentes da Arquidiocese de Natal, onde cerca de 70 diáconos participam do retiro canônico, o qual é obrigatório para todos os clérigos, segundo o Código de Direito Canônico no cânon 276 § 2, 4º. O pregador do retiro é o Padre Robério Camilo da Silva, também da Arquidiocese de Natal, ele que é Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição no Bairro de Mãe Luiza em Natal/RN.

ANIVERSARIANTE

Celebremos hoje o aniversário natalício do nosso irmão Diácono, Jailton Fernandes Mendonsa, ele que faz parte da Paróquia de Santa Maria Mãe no Conjunto Santa Catarina em Natal/RN.


ANIVERSARIANTE

Celebremos hoje o aniversário de ordenação do nosso irmão Salinésio de Oliveira Santos, ele que faz parte da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Nova Parnamirim, Parnamirim/RN.



quinta-feira, 21 de outubro de 2021

DIÁCONOS DE NATAL/RN FAZEM RETIRO NESTE FINAL DE SEMANA

Por conta da pandemia não aconteceu o retiro anual em 2020, voltando a ser realizado agora em 2021, mas com todos os cuidados de higienização e proteção contra o Covid-19


📷Dc. José Bezerra/ArqNatal


Os Diáconos Permanentes da Arquidiocese de Natal (foto de retiro em 20217) realizarão o retiro nestes próximos dias 22, 23 e 24 de outubro de 2021, no Convento de Ipuarana, dos Franciscanos, em Lagoa Seca, Paraíba. O retiro será feito de forma presencial, considerando-se o recuo no número de contaminados por COVID e o avanço na vacinação, porém sem descurar das medidas sanitárias, como uso de máscara, de álcool e distanciamento social, assim como quartos individuais.

O pregador será o Pe. Robério Camilo da Silva, do clero da Arquidiocese de Natal. Ao todo, participarão do retiro 66 dos diáconos permanentes. Os 10 recém-ordenados não participarão, porque fizeram retiro recentemente para a ordenação. Alguns não irão porque já estão em idade bastante avançada e inativos, e alguns outros por motivo de saúde, seja dele próprio ou de familiar.

domingo, 17 de outubro de 2021

ANIVERSÁRIO

Celebremos hoje o aniversário natalício do nosso irmão, Diácono José Jeová dos Santos Junior, ele que faz parte da Paróquia Santo Estêvão Diácono em Caicó/RN.



 

ANIVERSÁRIO

Celebremos hoje as Bodas de Pérola referente aos 30 anos de matrimonio do Diácono Ivonilson José e Mayland de Oliveira, eles que fazem parte da Paróquia de São João Bosco no Conjunto Gramoré em Natal/RN.


Bodas de Pérola
Para celebrar três décadas de união, a pérola é escolhida como símbolo para mostrar todo o processo de transformação e fortalecimento do amor. Isso porque ela é formada no interior das ostras como uma forma de defesa. Assim, quando algo externo (como um grão de areia) entra em seu interior, a ostra o solidifica e cria a pérola.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

ACOMPANHE AO VIVO ORDENAÇÃO DIACONAL NA CATEDRAL DE NATAL

Nesta quinta-feira, dia 14, a partir das 19h, direto da Catedral Metropolitana de Natal, acompanhe a celebração de ordenação de dez diáconos permanentes, através do canal oficial da Arquidiocese de Natal no youtube, é só você acessar o link e acompanhar ao vivo.




Serão ordenados:

-Francisco Bezerra, da Paróquia de São João Batista, em Lagoa Seca, Natal;

- Geraldo Pacheco, da Área Pastoral Santo Expedito, em Jardim Petrópolis, São Gonçalo do Amarante;

- Jonas Argemiro de Oliveira, da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no Parque das Dunas, Natal;

- José Alexandro Campos, da Área Pastoral Santo Expedito, em Jardim Petrópolis, São Gonçalo do Amarante;

- Josinaldo Valdevino, da Paróquia da Imaculada Conceição, em Nova Cruz;

- Jovanes Inácio de Melo, da Paróquia de São João Batista, em Lagoa Seca, Natal;

- Júlio César Amaral, da Paróquia da Imaculada Conceição, em Nova Cruz;

- Paulo Tomás Filho, da Paróquia de São Mateus Moreira, em Cidade Verde, Parnamirim;

- Rogério França, da Paróquia de Nossa Senhora da Esperança, na Cidade da Esperança, Natal;

- e Toni Jorge do Nascimento, da Paróquia de São José Operário, em Jandaíra.

MOMENTO CND

Na próxima terça-feira (19) o Setor de Comunicação da Comissão Nacional dos Diáconos promoverá mais uma Live dentro do Projeto Momento CND. Na ocasião será debatido o trabalho diaconal junto a Pastoral Carcerária; tendo como convidados os Diáconos Oscar Castro da Arquidiocese de Belo Horizonte/MG e José Tadeu Rodrigues Costa da Diocese de Patos na Paraíba. A Live começa as 20h e será transmitida pelos canais oficiais da CND no Fecebook e Youtube. O corpo diaconal é convidado a participar, bem como, todo o povo de Deus que desejar acompanhar.



Papa à Arquidiocese de Natal: renovar o ardor missionário na obra de evangelização

O Rio Grande do Norte, em particular a Arquidiocese de Natal, recordam nestes dias os 30 anos da realização do XII Congresso Eucarístico Nacional, concluído com a Missa presidida pelo Papa São João Paulo II em 13 de outubro de 1991. O Papa Francisco enviou uma mensagem por ocasião do aniversário, lida durante uma Missa de Ação de Graças celebrada na Catedral Metropolitana de Natal.

📷 Serviço Fotográfico do Vaticano


“Que a recordação dos 30 anos daquela solene Celebração Eucarística sirva de estímulo para que os fiéis da Arquidiocese de Natal, sustentados pelo alimento celeste e impulsionados pela caridade de Cristo, renovem o seu ardor missionário na obra da Evangelização”.

Esses foram os votos expressos pelo Papa Francisco ao povo potiguar, na mensagem enviada ao arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira da Rocha, por ocasião do trigésimo aniversário da celebração do XII Congresso Eucarístico Nacional em Natal, concluído com a Santa Missa presidida pelo Papa São João Paulo II em 13 de outubro de 1991.

Na mensagem assinada pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, e lida durante a Missa de Ação de Graças celebrada na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Apresentação na noite de quarta-feira, 13, o Santo Padre recorda as palavras do Papa Wojtyla, quando em sua homilia afirmou que “a Eucaristia é a resposta de Deus a esta sede dos homens que caminham neste mundo em direção à Pátria celestial”.

Ademais, citando uma passagem de sua homilia na Solenidade do Santíssimo Corpo de Sangue de Cristo em 6 de junho do corrente, o Papa Francisco recordou o estreito vínculo da Eucaristia com a Caridade: “Na Eucaristia, contemplamos e adoramos o Deus do amor. É o Senhor que não divide ninguém, mas divide-Se a Si mesmo. É o Senhor que não exige sacrifícios, mas sacrifica-Se a si mesmo. É o Senhor que não pede nada, mas dá tudo. Para celebrar e viver a Eucaristia, também nós somos chamados a viver este amor”.

Ao final, o Santo Padre concedee a sua Bênção Apostólica, pedindo ao mesmo tempo que não deixassem de rezar por ele.

A realização do Congresso Eucarístico Nacional em Natal e a visita de São João Paulo II, a primeira de um Pontífice ao Rio Grande do Norte, marcaram profundamente a vida da Igreja local, e não só. Para recordar estes eventos, foi organizada no Centro Administrativo e Pastoral Pio X a exposição “Memórias do XII Congresso Eucarístico Nacional”, com souvenirs, vídeos e fotografias do Congresso e objetos usados por São João Paulo II.

Já na Catedral Metropolitana, a Missa de Ação de Graças presidida por Dom Jaime Vieira da Rocha - e concelebrada por sacerdotes da Arquidiocese -, que também marcou a abertura da fase diocesana do Sínodo dos Bispos 2023, convocado pelo Papa Francisco. Pouco antes da celebração, Dom Jaime destacou ao Vatican News os frutos daquele Congresso Eucarístico - sobretudo a organização da pastoral e o aumento das vocações sacerdotais - e a graça e a "benção tão inefável" da presença do Papa João Paulo II:

Caríssimos leitores do Vatican News e plataformas digitais da Santa Sé, ouvintes da Rádio Vaticano de língua portuguesa. Aqui de Natal no Brasil, Rio Grande do Norte, a minha saudação fraterna e de Ação de Graças a Deus pelo dia de hoje, por esses momentos que estamos vivendo, celebrando a memória dos 30 anos do XII Congresso Eucarístico Nacional, acontecido aqui em Natal em 1991, contando com a presença, uma graça e uma benção tão inefável, do Santo Padre, o Papa João Paulo II, São João Paulo II, presidiu a Missa de encerramento. E assim nós estamos recordando frutos, bênçãos, memórias, que muito contribuíram para a vida da nossa Igreja, a partir do próprio hino do Congresso - “Reunidos ao redor de tua mesa, aqui vimos e pedimos o Senhor. Dai-nos sempre de teu Pão, a Palavra é comunhão, o pão nosso, o pão da vida, o pão do amor” -.

Quantos frutos colhemos dessa graça para nossa Igreja: o aumento das vocações sacerdotais, o crescimento pastoral e mais organização de uma pastoral de conjunto, uma vez que toda Igreja particular de Natal se preparou, se organizou em comissões diversas, envolvendo pessoas, lideranças, fiéis leigos, todas as categorias humanas que compõem a vida da Igreja. De modo que são muitos os frutos do Congresso Eucarístico Nacional em Natal, nos colocou num patamar de experiência, de preparação.

O Congresso serviu de inspiração como modelo organizacional para tantos outros Congressos Nacionais que se seguiram, de modo que os frutos são inefáveis, colhemos tantos frutos, sobretudo a organização da pastoral, o aumento das vocações sacerdotais, uma Igreja que já naquele tempo se organizava em diversas comissões pastorais, atendendo as necessidades do seu tempo. Assim é uma história que nos edifica, que nos renova, nos enche de esperança.

O sentimento que temos desses 30 anos passados é como Natal foi abençoada com a graça de um Congresso. A presença do Santo Padre, de tantos bispos, cardeais, pessoas de tanto engajamento e expressividade na vida da Igreja e nas diversas pastorais. A Igreja arquidiocesana se preparou de modo muito cuidadoso, zeloso, com as Missões de preparação ao Congresso, envolvendo todas comunidades. as paróquias, os fiéis, e assim o Congresso foi se tornando um crescendo de graças de benção, de participação e de comunhão.

Só podemos louvar e bendizer ao Senhor, nossa gratidão por esta deferência atenção da Rádio Vaticano, a Vatican News, a todos aqueles que nos brindam com esta atenção. Ficamos muito agradecidos. Deveras agradecidos com a mensagem que nos foi dada pelo secretário de Estado do Vaticano sobre este tempo e assim nós recebemos, se ressalta na mensagem, se referindo à presença do Papa João Paulo II. Em sua homilia afirmava o Papa: “a Eucaristia é a resposta de Deus a esta sede dos homens que caminham neste mundo em direção a Pátria celestial”. E assim de sua parte, na mesma mensagem, o Papa Francisco recorda o estreito vínculo da Eucaristia com a caridade. Na Eucaristia contemplamos e adoramos o Deus de Amor. É o Senhor que não divide ninguém, mas divide-Se a si mesmo, é o Senhor que não exige sacrifícios, mas se sacrifica-Se a si mesmo, é o Senhor que não pede nada, mas se dá tudo. Assim caros ouvintes todos, aí está a riqueza de dons, de bênçãos, de memórias, agora reavivadas, que nos fortalecem neste caminhar da Igreja de hoje, uma Igreja em saída, despojada, servidora, missionária, fortalecida pela graça e o dom permanente inefável da Sagrada Eucaristia. Deus seja louvado por tudo.

A recordação dos mártires do Rio Grande do Norte

O Pároco de N. S. da Candelaria e Vigário Judicial da Arquidiocese de Natal, padre Julio Cesar Souza Cavalcanti, - que na época da visita de São João Paulo II cursava o primeiro ano do curso de Filosofia - destacou por sua vez os momentos marcantes da visita do Pontífice polonês a Natal:

Queridos ouvintes e leitores da Rádio Vaticana e do Vatican News, eu sou Padre Júlio César, estou falando aqui diretamente de Natal, capital do Rio Grande do Norte, no nordeste do Brasil. A nossa Arquidiocese hoje está em festa, nós estamos celebrando 30 anos da visita de São João Paulo II a esta cidade, uma pequenina cidade encravada no nordeste brasileiro, que jamais imaginou na sua história um dia receber a visita de um Papa. Mas os planos de Deus são sempre de buscar os mais simples, e aquele homem, pastor do rebanho na terra, veio também conhecer as ovelhas aqui de Natal. 30 anos, um dia que ficou marcado na história do povo brasileiro, especialmente do povo potiguar.

O Papa chegou para nós no dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Era 12 de outubro de 1991, finalzinho da tarde. O avião do Papa pousou no aeroporto aqui de Natal, e com aquele gesto simbólico que lhe era tão peculiar, o Papa beijou o chão do solo brasileiro, aqui em Natal. Ele vinha como grande Peregrino da Eucaristia, veio encerrar o XII Congresso Eucarístico Nacional. Durante uma semana, de 6 a 13 de outubro, o Brasil transformou Natal no altar da Eucaristia. E foi aqui que o Papa começou a sua peregrinação.

O Peregrino da Eucaristia nos recordou os nossos Mártires, que ainda não tinham sido nem beatificados. O Papa nos falou que foi exatamente neste lugar chamado Natal, que um leigo, um jovem chamado Mateus Moreira, proclamou na hora de sua morte: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. O Papa João Paulo II foi quem beatificou esses mártires. E nós costumamos dizer aqui, que a beatificação começou naquele dia, no dia que o Papa nos falou sobre eles.

O Papa João Paulo II teve uma programação muito intensa aqui em Natal. Neste mesmo dia, logo após desembarcar no dia 12 de outubro, ele se dirigiu até o lugar chamado “paódromo”, um espaço construído especialmente para aquele momento, e ali ele rezou o Angelus com o povo, nos convidou a venerar imagem da Bem-aventurada Virgem Senhora de Aparecida, nos deu a certeza de que estando sob a proteção da Mãe, estaremos sempre bem.

O Papa João Paulo, naquela noite, se hospedou na casa que era o Centro de Treinamento da Arquidiocese, demostrando assim a sua simplicidade. Foi para um lugar simples, um quarto simples, sem nenhum luxo, aonde ele ficou aquela noite contemplando a natureza, a beleza do que Deus criou na praia de Ponta Negra. Foi ali que o Papa se hospedou, um espaço onde tantas outras pessoas poderiam estar, porque ali era sempre o lugar do treinamento, da preparação, das assembleias pastorais de nossa arquidiocese. Até o pessoal que organizou o Congresso, tinha medo de que aquele não fosse o local adequado para receber o Papa. Mas a equipe que veio de Roma para preparar disse, “é aqui mesmo. Esse é o lugar mais adequado onde ele vai se sentir melhor”. No dia seguinte o Papa se deslocou pelas ruas da cidade de Ponta Negra até aqui no bairro da Candelária, para celebrar a Santa Missa, e é muito marcante, era uma coisa muito bonita o Papa passando pelas ruas e o povo nas passarelas, nas praças, na própria Br-101, acenando, gritando, cantando “A Benção João de Deus, nosso povo, te abraça.”

Foi momento muito rico, muito bonito, muito feliz, muitas pessoas ainda se lembram disso hoje e se emocionam, se emocionam por saber que viram um santo, porque na verdade nós recebemos um Papa, mas Deus nos deu um santo, um santo no meio de nós, São João Paulo II.

Encerrou o Congresso Eucarístico nos recordando a importância de colocarmos sempre Jesus à frente de tudo, de ser esse Cristo que nos conduz, essa Eucaristia que nos fortalece. Naquele dia 13 de outubro de 91, o Papa se reuniu com os bispos e falou para eles - os bispos do Brasil todo estavam aqui por causa do Congresso Eucarístico - e falou para eles da importância de serem pastores que se preocupam em oferecer o melhor ao seu rebanho. Depois se reuniu com os padres na Igreja Catedral, e naquele momento nos invocou a presença, ou a figura de tantos padres do nosso país, que deram a sua vida, que se ofereceram. De maneira especial falou do padre João Maria, o primeiro pároco da cidade do Natal, um homem simples, que fazia da sua vida uma doação aos irmãos, que neste tempo de pandemia tem sido muito invocado por nós, porque o padre João Maria viveu o período de um surto de varíola aqui em Natal, e foi cuidar dos enfermos, pegou também a varíola e morreu, mas não deixou de cuidar do seu rebanho com medo de adoecer. E o Papa falou sobre isso para nós padres, temos recordado muito isso nesse tempo de pandemia, a palavra de João Paulo II sobre isso.

Foi também o Papa nesse dia que inaugurou, que deu a benção e consagrou a Capela do Santíssimo Sacramento na Catedral Metropolitana. A Catedral tinha sido inaugurada três anos antes pelo núncio apostólico Dom Carlo Furno, que depois se tornou cardeal, e naquele dia foi inaugurada a Capela do Santíssimo Sacramento. O próprio Papa João Paulo II desceu as escadas da Catedral para a Cripta e lá fez a benção.

Uma coisa muito importante a destacar é como Papa se colocou apenas como peregrino. Em momento algum ele se colocou como aquele que veio para dizer coisas que nós pudéssemos nos assustar. Não, ele veio para caminhar com o povo, ele estava no meio do povo, ele rezava com o povo, ele falou da Eucaristia como a Palavra que se fez carne, ele falou para nós dessa evangelização, dessa nova evangelização que ele tanta convidou a todos para fazermos.

Milhares de pessoas estavam naquele dia no “papódramo” para ouvir o Papa, e o Papa teve para nós também um grande momento de nos fazer descobrir, que sendo Igreja de Cristo, nós somos chamados a seguir o exemplo de nossos mártires. Não podemos nos esquecer jamais desses que deram a sua vida por causa da Eucaristia, da força do Evangelho, da vivência Igreja.

Agora, passados 30 anos, nós só temos a dizer “Muito obrigado Senhor, muito obrigado por ter enviado a nós São João Paulo II, muito obrigado por ter deixado que nós pudéssemos viver esse momento”. Recordo que naquele período eu estava no primeiro ano do curso de Filosofia e para mim foi um momento muito marcante, viver essa experiência de encontrar o Sucessor de Pedro o Vigário de Cristo, o doce Cristo na terra.

ANIVERSÁRIO

Celebremos hoje o aniversário natalício dos nosso irmãos Diáconos, José Tito Júnior, inativo e atualmente no Abrigo Juvino Barreto em Natal/RN, Paulo Felizola de Araújo da Paróquia de Nossa Senhora do Ó em Nisia Floresta/RN, e Heleno Ferreira da Silva da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Parnamirim/RN, ele que também está inativo.


ANIVERSÁRIO

Celebremos hoje as Bodas de Nácar referente aos 31 anos de matrimonio do Diácono Francisco Adilson da Silva e sua esposa Gerlane Andrade.


Bodas de Nácar
O nácar é uma substância que reveste as conchas e foi escolhido como representação dos 31 anos de casamento por conta de sua rigidez e riqueza em nutrientes. Ou seja, as Bodas de Nácar indicam um casal que superou as adversidades do tempo e hoje tem uma união mais estável.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

ANIVERSARIANTES

Celebremos hoje o aniversário natalício do nosso irmão, Diácono Emanoel Freitas de Araújo (Diac. Léo), ele que faz parte da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Bairro das Quintas em Natal/RN.





Celebremos hoje o aniversário natalício do nosso irmão, Diácono Serafim de Medeiros Victor, atualmente inativo e sem paróquia.



segunda-feira, 11 de outubro de 2021

ARTIGO DE PE. JOÃO MEDEIROS FALA SOBRE A PADROEIRA DO BRASIL

FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA






Por Padre João Medeiros Filho
Arquidiocese de Natal



Maria é a expressão da benevolência divina, “Onipotência suplicante”, como afirmava São Bernardo de Claraval. Ela é nossa Medianeira e Compadecida, que não nos abandona e confia em nós. Hoje, reflitamos sobre a intercessão mariana. Costumamos pedir coisas materiais. Mas, Deus e Nossa Senhora não estão obrigados a resolver todos os nossos problemas. Vários deles decorrem de nossas fraquezas e sede de imediatismo. Esquecemos que o tempo divino é diferente do nosso. Favores e graças são sinais de seu amor, mesmo em nossos sofrimentos e provações. O favorecimento terreno deve ser interpretado como prova espiritual. Há pessoas bem aquinhoadas materialmente, embora o coração esteja longe do Transcendente. A mediação da Virgem precede os primórdios da Igreja. Em Caná, suplicou a intervenção de Cristo. O milagre realizou-se, não como fim em si mesmo, mas para expressar a benignidade do Salvador. Quando a Mãe Celestial nos atende, estamos diante do amor que o Filho Lhe devota.

Hoje, nossa súplica à Virgem Santíssima é em favor do Brasil, do qual é padroeira, há 90 anos. Cabe lembrar que Dom Pedro I visitou Aparecida, quinze dias antes do Grito do Ipiranga, para implorar suas bênçãos pela nossa pátria. Com a sua proteção não nos faltem oportunidades de viver dignamente. Nesse pedido deve ser incluída a nossa disponibilidade em colaborar com a obra do Criador. Ao implorarmos graças para o país, devemos estar dispostos a ser instrumentos do nosso apelo: uma sociedade solidária, justa e fraterna. Não se pode repassar a Deus nossas responsabilidades.

A Festa da Padroeira do Brasil significa também contemplar Aquela que soube orientar sua vida na fidelidade ao projeto do Pai. Seu protagonismo está explicitado nas três leituras bíblicas da missa de 12 de outubro. A primeira apresenta Ester (Est 5, 1-2; 7, 2-3), atenta à difícil situação na qual se encontrava o seu povo. Ousadamente, propôs-se a ser mediadora para salvá-lo da opressão e morte. A segunda leitura, tirada do Apocalipse (Ap 12, 15-16), apresenta uma mulher geradora de vida nova num contexto de perseguição. Nela está retratada a fé dos que se mobilizam em favor do povo em situação de incerteza, desalento e penúria. A figura feminina, ali referenciada, acena para uma vida digna, de paz e alegria. A terceira leitura provém do evangelho de João. Narra o primeiro ato miraculoso de Jesus (Jo 2, 1-11), realizado pela intercessão de sua Mãe, sensibilizada com a eventual decepção dos convidados numa festa de casamento.

Em 1717, por meio de uma imagem, Maria manifesta-se a pescadores, no período de escravidão negra no Brasil. A sua solidariedade aos esquecidos e excluídos é um sinal para quem deseja ser discípulo de Cristo. Os textos da missa, em homenagem à Senhora Aparecida, traduzem a sua preocupação e empenho em defesa da dignidade humana. Maria de Nazaré, na metáfora de Ester, posiciona-se em favor das vítimas do poder dominante, abrindo caminhos de libertação. Ela simboliza os cristãos, que devem lutar contra a exploração, injustiça, violência e ódio. É ícone daqueles que se dedicam à causa da justiça, fraternidade e paz num mundo repleto de mentiras, iniquidades, arrogância, preconceitos etc. Cabe meditar também sobre os projetos antagônicos no Brasil, caracterizados na ação do dragão e da mulher, narrados no Apocalipse. 

Atualmente, Nossa Senhora intercede pela nova escravidão de nosso povo: o materialismo e desrespeito à pessoa humana; em favor da liberdade contra os privilégios e a desigualdade social. Ela continua indicando como devemos agir para que não faltem o vinho do amor e o pão às famílias brasileiras! Segundo a narrativa evangélica, no milagre de Caná houve também a participação do ser humano, ali representado pelos que serviam o vinho. Isto é importante. Não podemos esperar de braços cruzados. Hoje, festejamos também o Dia das Crianças. Roguemos por elas à Mãe do Céu, que embalou uma criancinha em seu colo. Maria simboliza o rosto materno de Deus, a riqueza celestial temporizada, misericórdia estendida aos pecadores, pequenos e imperfeitos. Especialmente hoje, supliquemos com toda piedade: “Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!